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Por Guilherme Kapos – Diretor de Vendas para a América Latina na Adjust

O foco na acessibilidade tornou-se cada vez mais evidente nos últimos 10 anos.

Ao considerar a experiência do usuário em seu aplicativo, pode parecer assustador contemplar a vasta gama de requisitos que precisam ser cumpridos para torná-lo mais acessível.

Uma grande quantidade de usuários em potencial do seu aplicativo exigirá considerações de design que acomodem ou, pelo menos, atendam às suas necessidades exclusivas – acoplar a acessibilidade do seu app apenas relacionado com deficiências é uma opinião mal informada. Como um dos princípios básicos da experiência do usuário (UX), tornar seu aplicativo móvel mais acessível irá te ajudar a adquirir e reter usuários.

A inclusão é para todos

O uso de apps não irá acabar – um usuário médio de smartphone utiliza 10 aplicativos por dia e até 30 aplicativos por mês. Com setores tradicionalmente offline (imobiliário e bancário), migrando para o cenário digital, está claro que alguns aplicativos variam em complexidade de uso para o seu público mais amplo.

Realizar testes é crucial ao trabalhar na experiência do usuário do seu aplicativo – você precisa considerar as formas, tamanhos e comportamentos de cada usuário em potencial. Afinal, a UX se aplica a cada um de seus usuários – se alguns não puderem usar seu aplicativo sem esforço, você precisa rever o que pode estar errado.

Qualquer pessoa, a qualquer momento, sempre pode se beneficiar da acessibilidade do aplicativo mobile, independentemente das circunstâncias. Os recursos de design inclusivos vão muito além da forma como um aplicativo funciona – também se referem à funcionalidade e à experiência que ele tem a oferecer. Abaixo está uma lista de 4 atributos para focar em relação a como os usuários interagem com seu aplicativo:

1. Aprendizagem

As dificuldades de aprendizagem têm a desvantagem de serem “invisíveis” devido ao fato de, por vezes, não serem fisicamente ou mesmo visivelmente aparentes. Com um aplicativo móvel você precisa atender aos usuários que podem ser analfabetos ou analfabetos digitais. 23% dos adultos no mundo são analfabetos digitais – este é um grande grupo de usuários em potencial que você não deve ignorar. Ao projetar um aplicativo na Índia, Alex Cox (desenvolvedor) precisava levar em consideração os baixos níveis de alfabetização das regiões onde estava testando:

“Isso significava que precisávamos projetar um aplicativo que fosse simples e intuitivo de usar, culturalmente apropriado e escrito em linguagem simples, embora ainda fosse compreensível sem leitura”, Comentou Alex.

Seu aplicativo sempre pode ser mais acessível para esses usuários usando frases curtas e claras, além de ícones facilmente identificáveis.

2. Mobilidade

Pense em todos os gestos, deslizamentos e movimentos complexos necessários para o uso do aplicativo. Agora imagine as dificuldades enfrentadas por usuários com deficiência motora ou que simplesmente não conseguem navegar em seu aplicativo. Experimente e execute seu aplicativo por meio do Inspetor de acessibilidade da Apple. Isso lhe dará uma ideia de como seu aplicativo é acessível e como otimizar melhor seu conteúdo e design. Você precisa garantir que existam maneiras alternativas para esses usuários obterem a experiência mais gratificante do seu aplicativo.

3. Audição

Há uma grande variedade de dificuldades auditivas que apresentam desafios diferentes. Alguns usuários podem ser totalmente surdos, enquanto outros podem ter problemas de audição ou apenas ter problemas para ouvir frequências específicas. É responsabilidade de cada empresa, pensar em outras maneiras de transmitir dicas de áudio para seus usuários. Além disso, o uso de legendas aumentou – o Dr. Andrew Kent, um psiquiatra especialista em adolescentes, observou que o processamento auditivo da geração Z é mais facilmente afetado por distrações e que eles precisam ler para que mantenham o foco.

4. Visão

As dificuldades visuais também aparecem em muitas formas diferentes – desde a dificuldade de distinguir certas cores até a cegueira total. A experiência digital depende muito de displays e informações visuais. A melhor maneira de resolver isso e melhorar a acessibilidade do seu aplicativo é adicionando sinais sonoros e descrições suplementares.

Os recursos de acessibilidade à visão, como texto para fala, também têm um uso crescente fora dos usuários com deficiência visual – alunos, leitores e multitarefas se beneficiam dessa inclusão adicional.

Diretrizes de acessibilidade de aplicativos

1. Filosofia de layout clara

Ter uma interface confusa ou que cause distrações é, na melhor das hipóteses, um aborrecimento para seus usuários e, no pior dos casos, pode tornar seu aplicativo completamente inutilizável, afastando usuários existentes e potenciais.

Elementos como Call to Action e o corpo do texto compõem a maior parte do conteúdo em aplicativos mobile – eles precisam ser o mais legíveis possível e orientar os usuários de forma integrada em seu aplicativo. Além disso, as informações na tela precisam ser dispostas para se adequar e se ajustar aos diversos tamanhos de tela de cada dispositivo.

O portal Material.io fornece um excelente guia para design utilizável em relação ao layout do aplicativo.

Lembre-se, mesmo com os avanços em acessibilidade, se você acha que adicionar mais elementos visuais é supérfluo, tente olhar para outros métodos criativos e interativos para o layout de seu aplicativo.

2. Consistência

Isso está de acordo com o princípio acima, mas vai um pouco além no que diz respeito à acessibilidade. Os menus, telas e fluxo geral do usuário do seu aplicativo precisam ser fáceis de seguir e fazer sentido. Seu usuário precisa saber exatamente onde está no aplicativo, independentemente da página em que esteja.

Todos os envolvidos com o desenvolvimento de aplicativos devem se familiarizar com os modelos mentais – as formas e ideias pelas quais entendemos e prevemos como algo funciona. Isso inclui manter os principais recursos posicionados de forma consistente para que os usuários possam sempre retornar ou acessar outros recursos sem problemas.

Considere também manter os gestos e a interface simples – pense nas limitações que outras pessoas podem enfrentar ao operar em uma tela de toque, adicionar atalhos ou formas alternativas de deslizar e tocar, são maneiras muito fáceis de capacitar seus usuários e garantir que eles aproveitem ao máximo seu aplicativo.

Quando se trata de consistência, ser capaz de navegar sem esforço em um aplicativo aumenta a usabilidade para todos os usuários.

3. Codificação de cores e contraste

Isso está intimamente ligado à interface do usuário (IU) do seu aplicativo – se você deseja torná-lo o mais atraente possível para que os usuários realmente aproveitem o tempo que passam no app.

Sua paleta de cores é um fator importante, não apenas para potenciais usuários daltônicos, mas a cor também desempenha um papel importante na significação de recursos. Um grande ponto de referência são as Diretrizes de Acessibilidade de Conteúdo da Web (WCAG) – o principal órgão internacional para padrões de internet.

Para cumprir suas diretrizes 2.1 AA, o texto precisa ter uma relação de contraste de cor de pelo menos 4,5: 1. Suas cores precisam ser facilmente distinguíveis umas das outras e exalar um tema consistente para seus usuários.

Além disso, lembre-se de que seu aplicativo será usado para quase todos os tipos de nível de luz e configuração (pense no brilho), o contraste é muito útil em termos de usabilidade.

4. Material audiovisual

Embora a escolha da cor do seu aplicativo possa influenciar em sua acessibilidade, ela não existe isoladamente – não dependa apenas da cor para explicar recursos e mensagens. Um estudo descobriu que mais de 82% dos entrevistados usaram leitores de tela (texto em fala) – um aumento de apenas 12% em seu relatório anterior.

Com as legendas e as descrições de áudio se tornando mais proeminentes nos últimos anos, qualquer aplicativo sem esses recursos úteis para usuários com deficiência auditiva ou visual é um grande retrocesso.

O mesmo vale para a incorporação de elementos audiovisuais – fornecer recursos como visualização de janela, tela cheia, parar, pausar, legendas e controle de volume são facilmente viáveis e fornecem muito acesso e controle aos seus usuários.

Com os aplicativos móveis se tornando uma parte cada vez maior do nosso dia-a-dia, a demografia de usuários disparou. Mais de 5,19 bilhões de pessoas usam telefones celulares em todo o mundo, e esse número só deve aumentar ano a ano.

O mercado de aplicativos móveis está mais amplo do que nunca. Ao focar na boa experiência do usuário, a acessibilidade deve estar à frente de todas as decisões que você tomar. Android e iOS fornecem aos desenvolvedores ferramentas de desenvolvimento de aplicativos projetadas para melhorar a acessibilidade móvel.

A funcionalidade deve estar no centro de sua filosofia de design – todos podem se beneficiar das funções acessíveis integradas.

Sobre a Adjust

A Adjust é a plataforma de analytics mobile utilizada por profissionais de marketing do mundo inteiro, com soluções para atribuição, otimização de campanhas e proteção de dados.

Em 2021, a Adjust foi adquirida pela AppLovin, empresa líder em softwares de marketing e responsável por fornecer aos desenvolvedores um poderoso e integrado conjunto de soluções para o crescimento de aplicativos mobile.

Redação
Equipe de Redação

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