Empreendedorismo

Estudo traz perfil da formação superior em TI

Estudo traz perfil da formação superior em TI
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Bacharéis como maioria nos cursos e tendência de expansão da graduação tecnológica estão entre as constatações de pesquisa da Assespro-PR em parceria com a UFPR.

Mesmo diante das adversidades decorrentes da conjuntura econômica e social, o mercado de trabalho segue aquecido para profissionais de tecnologia da informação (TI). Mais ainda: não raro as empresas encontram dificuldades para preencher suas vagas. Traçar o diagnóstico da formação de recursos humanos na área é o principal legado da mais recente edição do “Insights Report”, estudo realizado pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação no Paraná (Assespro-PR) em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Intitulado “Oferta de Recursos Humanos em TI”, o levantamento constata, por exemplo, que 60% dos formados, no Brasil, em cursos superiores relacionados à área se graduam como bacharéis, ao passo que outros 40% obtêm o título de tecnólogos. Particularmente no Paraná, contudo, essa proporção é de 50% de bacharéis e 50% de tecnólogos.

O estudo também constata uma tendência de crescimento na formação de tecnólogos. Isso porque, de 2018 para 2019, cresceu a quantidade de vagas em cursos na categoria Tecnológico, que já representam 55% do total das vagas ofertadas, assinala o professor Victor Manoel Pelaez Alvarez, do Departamento de Economia da UFPR, coordenador do estudo. “Além disso, houve um incremento de 11% no número de estudantes ingressantes em cursos de categoria Tecnológico”, acrescenta o professor.

Outra tendência identificada é a de expansão da formação no modelo educação a distância. Atualmente, a maioria absoluta (82%) ainda se forma em cursos presenciais. “Mas de 2018 para 2019 se verificou um crescimento acentuado – de 65% – na oferta de vagas na modalidade a distância, em âmbito nacional, enquanto as vagas na modalidade presencial diminuíram 6%”, cita Alvarez.

ÁREAS DE FORMAÇÃO

A formação em “Gestão e desenvolvimento de sistemas de informação” é a predominante, abrangendo 50% dos concluintes de graduação superior em TI. Em seguida, vêm “Infraestrutura e gestão de TIC” (24%) e a clássica “Ciência da computação” (10%). “Apesar de a área de ‘Programas interdisciplinares’ apresentar o maior número de cursos, a sua participação relativa ainda é minoritária, com menos de 1% do total de concluintes”, observa o professor da UFPR.

Ainda de acordo com o estudo da Assespro-PR e UFPR, feito com dados de 2019 obtidos por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação, são ofertados em todo o país 32 cursos na área de TI, de um total de 864 instituições de ensino superior. O predomínio é das instituições privadas, nas quais se formam 73% dos profissionais. “Entre as públicas, a participação maior é das federais, com 16%, seguidas das estaduais, com 10%. Instituições superiores municipais respondem por 1%”, destaca Alvarez.

Na avaliação do presidente da Assespro-PR, Adriano Krzyuy, a falta de mão de obra qualificada é um dos principais gargalos para o desenvolvimento da área de TI no Brasil – e no Paraná também, onde estão as empresas que a entidade representa. Desta forma, um estudo que apresente um raio-x sobre a formação de recursos humanos é fundamental não só para as empresas, como para as instituições de ensino e pesquisa, governos e sociedade, para que possam identificar vazios, desafios e potencialidades.

PREENCHIMENTO DE VAGAS

Adriano Krzyuy lembra que outro estudo da Assespro-PR com a UFPR apontou um crescimento de 95% na criação de vagas de trabalho em TI, em um acumulado de 12 anos (2007-2019). “Em 2020, com a pandemia de Covid-19 exigindo a migração de diversas atividades para o modo remoto, a demanda por serviços em TI aumentou e, consequentemente, a necessidade de profissionais qualificados. Há muita dificuldade em preencher vagas disponíveis”, constata o presidente da entidade.

Para Krzyuy, é preciso investir na formação dos jovens mesmo antes do ingresso no ensino superior. “Os investimentos na base, além de melhorarem a qualidade da formação, servem como estímulo aos jovens para a sequência da carreira de TI”, observa. Neste sentido, a Assespro-PR tem desenvolvido programas com outros atores sociais, como o TechDev Paraná, lançado em novembro.

O “Insights Report” sobre recursos humanos em TI traz uma constatação grave: o número de estudantes que ingressaram nos cursos e chegaram até o fim é pouco superior a um quarto (26%), em âmbito nacional Em relação às vagas disponíveis, o percentual é ainda mais alarmante: 4%. “Esse indicador de evasão aponta para a urgência de medidas a fim de averiguar, em profundidade, as razões desse índice baixo de conclusão, e as providências para reverter esse cenário”, adverte Adriano Krzyuy.

O estudo pode ser conferido no site da Assespro-PR (https://www.assespropr.org.br/), clicando em Dados Setoriais.

DADOS DO PARANÁ

Além de indicadores nacionais, o “Insights Report” traz dados relativos ao Paraná. Confira:

• São 12 cursos em TI ofertados por 70 instituições de ensino superior, com cerca de 2,1 mil concluintes em 2019;
• O aumento de vagas foi de 2%, de 2018 para 2019;
• A taxa de conclusão foi de 21%;
• A taxa de aproveitamento dos concluintes em relação às vagas disponíveis foi de 4,5%;
• Em 2019, a distribuição de concluintes da educação superior na área de TI, por unidade da federação, revela a predominância de São Paulo, com 40% do total, seguido pelo Rio de Janeiro (9%) e por Minas Gerais (8%). O Paraná posicionou-se em quarto lugar, com uma participação de 7% dos concluintes;
• No período 2018/2019, o Paraná apresentou o maior incremento na quantidade de concluintes (16%), seguido pelo Rio de Janeiro (8%), Santa Catarina (4%) e São Paulo (2%);
• A área de “Gestão e desenvolvimento de sistemas de informação” concentrou 52% dos concluintes do Paraná, em 2019, e foi seguida pelas áreas de “Infraestrutura e gestão de TIC” (12%), “Ciência da computação” (11%), “Engenharia e profissões correlatas (Engenharia de computação)” (11%) e “Produção de software” (10%).

Redação
Equipe de Redação

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