Tecnologia

Logtechs serão ainda mais estratégicas para empresas em 2021

Logtechs serão ainda mais estratégicas para empresas em 2021
0

Por Renato Junoy *

O ano de 2020 foi marcado pela expansão das logtechs, startups que utilizam tecnologia para resolver problemas logísticos. O setor soube aproveitar o cenário adverso causado pela pandemia de covid-19.

Com soluções inovadoras, foi capaz de atender à demanda cada vez maior de entregas por conta das compras efetuadas em canais digitais. Dessa forma, não apenas garantiu a operação do varejo em um cenário de intensa dificuldade, como também abriu novas oportunidades ao resolver problemas de uma área tradicionalmente complexa para os negócios no Brasil. Por isso é bom nos prepararmos: 2021 será o ano de consolidação dessas empresas, posicionando-se de forma mais estratégica no mercado.

Os dados não mentem. O relatório Distrito LogTech Report, realizado pela Distrito, empresa de inovação que atua junto a startups, mostra que metade das empresas dessa área tem, no máximo, cinco anos – evidenciando a ideia de novidade que o tema ainda desperta.

Mercado atraiu US$ 187,6 milhões em aportes

Nos primeiros nove meses de 2020, mesmo com o pico da pandemia, esse mercado atraiu US$ 187,6 milhões em aportes. Na década, são mais de US$ 1,3 bilhão. O serviço de entrega é o que mais chama a atenção de empresários e investidores, correspondendo a quase três quartos (74%) do total já investido nesse setor no Brasil.

As logtechs surgiram nos últimos anos com a mesma premissa de startups de outros setores: desenvolver soluções tecnológicas inovadoras para resolver as dores de um setor importante para a economia nacional. Não foi fácil, principalmente com o avanço do novo coronavírus. Havia mais dúvidas do que certezas nas primeiras semanas.

O comércio precisou fechar as portas e suspender suas atividades presenciais de forma temporária como alternativa às medidas de prevenção. Houve reação em cadeia, com postos fechados, transporte dificultado e baixa mercadoria em circulação. Parecia que a logística brasileira iria sucumbir diante dos desafios impostos pela doença.

Entretanto, as pessoas continuaram consumindo itens de necessidade e produtos nem tão necessários assim. O comércio eletrônico explodiu, atraindo novos usuários, e os estabelecimentos recorreram a outros recursos digitais, como WhatsApp e redes sociais, para conversar com esse público. Mais do que um fluxo de cargas, o processo de entregas começa com um fluxo de dados no ambiente on-line, combinando informações e identificando insights. As logtechs conseguiram atuar justamente nesta questão durante a pandemia. Com recursos tecnológicos próprios, desenvolveram modelos de negócios inovadores para suportar o aumento de demanda de entregas que ocorreu a partir de março de 2020. Temas como crowdshipping e ship from store tornaram-se comuns neste ano.

Consolidar o setor em 2021

A partir de agora, contudo, o próximo obstáculo é justamente consolidar o setor em 2021. Se em 2020 as startups mostraram que são capazes de lidar com um serviço tão complexo quanto a logística, agora é hora de se posicionar como ferramenta estratégica no modelo de negócio das organizações. É mais um passo na maturidade da área. Agilizar entregas de pedidos não vai ser mais suficiente nos próximos meses, pois isso as logtechs já mostraram que sabem fazer. É preciso ir além, desenvolvendo plataformas que atuem como facilitadoras, entregando inteligência e insights que melhoram a tomada de decisões e desburocratizam o processo logístico após confirmação da compra.

Tradicionalmente, a logística sempre foi a principal pedra no sapato para o varejo brasileiro. Em um país continental e com sérios problemas em seus modais de transporte, as lojas físicas enfrentam dificuldades para expandir a atuação e o e-commerce não consegue entregar produtos num prazo razoável em regiões distantes de seus centros de distribuições. Em 2020, as logtechs mostraram que é possível resolver partes desses problemas com o desenvolvimento correto de soluções tecnológicas. Assim, 2021 emerge para ser o ano da consolidação desse setor, com plataformas digitais sendo reconhecidas pelos seus papéis neste cenário de intensa transformação digital.

*Renato Junoy é Diretor Executivo da Eu Entrego, startup de entregas colaborativas – e-mail: [email protected]

Redação
Equipe de Redação

Alta no preço do Bitcoin: bolha ou tendência?

Artigo Anterior

Dinheiro como ferramenta de marketing? Veja por que utilizar as moedas digitais em suas campanhas

Próximo Artigo

Publicações Populares

Privacidade e cookies: Esse site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte aqui: Política de cookies

The cookie settings on this website are set to "allow cookies" to give you the best browsing experience possible. If you continue to use this website without changing your cookie settings or you click "Accept" below then you are consenting to this.

Close