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Por Nathalia Amorim*

No contexto histórico, não é raro encontrar exemplos de mudanças amplas no campo empresarial ao redor do mundo, que passaram a ditar um modus operandi dominante para todos.

Hoje, sem dúvidas, a referência mais presente pode ser identificada na Quarta Revolução Industrial, também conhecida como Indústria 4.0, movimento que traz o uso disruptivo de novas tecnologias em prol de ganhos massivos, em termos de produtividade, eficiência e competitividade.

Mas vale ressaltar que essa revolução tecnológica não se limita ao meio corporativo.

Trata-se de um fenômeno cuja influência preparou o terreno para a globalização dos países, com conceitos de conectividade que têm aprimorado a forma como enxergarmos serviços de comunicação.

Outra vertente que deve ser levada em consideração é a aplicação de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) em nosso cotidiano, resultando em mais praticidade para lidar com situações adversas, bem como solucionar problemas.

Hoje, a tecnologia é um componente constante para a realidade de todos, isso inclui o Brasil.

Neste sentido, o Comércio Exterior não poderia mostrar-se alheio à chegada de uma novidade tão impactante. Em decorrência dessa necessidade de se entender a relação da inovação, criou-se o termo Comex 4.0 que, em resumo, se refere a companhias do setor que optaram pela implementação de novas tecnologias.

Realidade 4.0 e a Transformação Cultural

Frequentemente, as empresas que lidam com processos aduaneiros se deparam com desafios complexos, desde situações de logística à criação de uma gestão fiscal eficaz e segura.

Felizmente, a tecnologia traz benefícios importantes e que convergem com questões da rotina de importadoras e exportadoras. E é neste contexto que a Transformação Digital se mostra diretamente relacionada à Transformação Cultural.

Aliás, dentro deste contexto, de acordo com um levantamento realizado pela Duke University com 1,8 mil CEOs e CFOs, mais de 90% dos entrevistados pontuaram que a cultura organizacional é importante para a obtenção de resultados, enquanto apenas 15% comentaram que a cultura adotada por suas empresas é a ideal.

Assim, colocar em prática a Transformação Cultural junto à Digital, além de apresentar ganhos de agilidade e a segurança de operações resguardadas por soluções digitais, o gestor terá a oportunidade de readequar o protagonismo das pessoas em sua gestão corporativa por meio do uso da tecnologia.

Não se trata de substituir os colaboradores, mas de proporcionar o parâmetro técnico em prol de atuações mais estratégicas, sem desperdício de tempo hábil e risco de falhas manuais.

Essa é uma das grandes vantagens de se abraçar a realidade 4.0.

Comex 4.0 e o fluxo de dados

O Comércio Exterior lida, diariamente, com a entrada e saída de informações referentes a produtos e outros serviços.

Com o crescimento empresarial, é natural que esse quadro se torne ainda mais caótico, demandando ferramentas que preservem o fluxo de dados.

Para empresas alinhadas ao que entendemos por Comex 4.0, é aconselhável a utilização de sistemas integrados, que possibilitem a associação desses materiais em um canal único e seguro.

Portanto, é essencial que os dados estejam ao alcance de todos os departamentos envolvidos nessas operações, a exemplo de documentações aduaneiras, dentro de uma grande variedade de dispositivos.

Certamente, a comunicação é um requisito que não pode ser subestimado, sendo preponderante para que o campo de logística funcione adequadamente, sem ruídos ou imprevistos danosos.

Por meio dessa abordagem inovadora em relação às informações armazenadas e movimentadas pelas equipes, a empresa se coloca em harmonia com iniciativas de simplificação criadas pelo Governo Federal.

A simplificação colocada em pauta

O próprio conceito de Comex 4.0 pressupõe a revolução de métodos antiquados, que já não correspondem mais às necessidades das empresas. Ao redor do mundo, essas mudanças estão provocando efeitos benéficos, deixando a indústria – como um todo – em um estágio de avanço escalável e disruptivo.

Dessa forma, para companhias atuantes no Comércio Exterior, a questão demonstra um caráter de obrigatoriedade.

Evidentemente, isso não significa que o gestor deve abraçar a inovação de forma apressada, sem nenhum suporte especializado, mas, sim, reconhecer lacunas internas e procurar por métodos que garantam uma participação assertiva da tecnologia.

Quanto ao excesso de burocracia, fontes variadas de informações, mudanças constantes e um ambiente tributário completamente dinamizado, a tecnologia pavimenta um caminho de simplificação que chega para estimular a competitividade entre organizações do segmento, unificando sistemas para que essa comunicação entre o público e o privado seja transparente, ágil e segura.

A presença do Comex 4.0 em nosso país pode ser representada em duas vertentes, ambas igualmente decisivas: no poder público, que deverá continuar se mobilizando em prol de soluções simplificadoras; e o setor privado, por meio de empresas amadurecidas em relação à implementação de novas tecnologias.

Por fim, vale ressaltar que é de suma importância que coloquemos o Comex 4.0 como uma nova forma de enxergarmos a realidade operacional.

*Nathalia Amorim é Especialista em Comércio Exterior na eCOMEX NSI, com mais de 10 anos de mercado e atuação. Também é Fundadora da plataforma de inovação Comex na Prática.

Nathalia Amorim, Especialista em Comércio Exterior na eCOMEX NSI

Sobre a eCOMEX

Fundada em 1986, a NSI, agora eCOMEX, desenvolve aplicativos para otimização da gestão de processos de comércio exterior.

Primeira empresa no Brasil a integrar seus aplicativos aos principais sistemas ERPs do mercado e a disponibilizar uma aplicação 100% WEB para gestão do comércio exterior.

A companhia é integrante do Grupo Cassis, que conta com mais de 250 colaboradores e 3 mil clientes em todo o Brasil.

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Equipe de Redação

Business Intelligence aplicado em áreas de negócios

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