Palma forrageira Divulgação
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O ano de 2021 se inicia com uma grande notícia. A Casale, líder em máquinas para pecuária no Brasil, em parceria com a Universidade de São Paulo – USP e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial – EMBRAPII, assinou o contrato para iniciar a 2ª e última fase do projeto de desenvolvimento de um equipamento, criado do zero, para mecanizar a colheita da palma forrageira.

A máquina irá preencher uma lacuna existente há décadas no nordeste brasileiro através da palma forrageira, que tem sido utilizada nesta região devido à sua resistência a períodos de seca. No entanto, a falta de tecnologia para o corte impossibilita o seu uso em larga escala.

Palma forrageira

A palma forrageira foi trazida do México e introduzida no Brasil no final do século XIX. Na ração animal, por ser rica em energia, pode ser utilizada na substituição total ou parcial de outros ingredientes com maior custo de produção, como o milho. Também conta com alto teor de umidade, sendo, portanto, uma fonte hídrica para os animais.

Além de bovinos, a palma forrageira também alimenta outros pequenos ruminantes, como caprinos e ovinos. Segundo o Coordenador-Geral de Estudos e Pesquisas, Avaliação, Tecnologia e Inovação (CGEP) da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, Aildo Sabino, há estudos que comprovam a eficiência da planta também na alimentação de suínos, peixes e aves. A planta pode ser utilizada na restauração de solos degradados e tem potencial energético para produção de biogás.

Atualmente, o custo de colheita é extremamente elevado e ineficiente, uma vez que o seu corte e recolhimento são realizados manualmente. Diante desse cenário, a mecanização do processo se torna fundamental.

Aildo salienta que a planta conta com características morfológicas que dificultam a colheita. Para ele, o novo equipamento, além de suprir essa demanda, também será muito importante no cunho social. “Quando a nova máquina se tornar disponível, as iniciativas das associações, sindicatos e poder público farão com que mesmo os pequenos produtores tenham acesso à colheita mecanizada”.

Segundo a Casale, o novo equipamento proporcionará ao produtor uma colheita mais rápida, com baixo custo e baixa necessidade de manutenção. Para tanto, durante todas as fases do projeto, a empresa estima um investimento no valor de R$ 2 milhões até o produto estar disponível para compra.

O projeto

O CEO da Casale, Mario Casale Neto, celebrou esta nova etapa do projeto e enfatizou a importância da parceria com a USP e a EMBRAPII. “Para viabilizar esse projeto, tivemos de estudar a fundo todo o processo que envolve a palma forrageira. Desde o plantio até a colheita atual, formas de armazenagem e entender qual deveria ser o tamanho do equipamento prioritário. Nesse contexto, a USP foi essencial sendo uma ponte para trabalhar com excelentes pesquisadores, além de entrar com a sua infraestrutura, bem como com a sua metodologia de pesquisa. A EMBRAPII, que tem unidade no Instituto de Física da USP – São Carlos, também foi fundamental, pois seus investimentos contribuíram diretamente para o desenvolvimento da equipe e de todo o processo”.

Na USP, o projeto é liderado pelos pesquisadores Prof. Dr. Marcelo Becker e Profa. Dra. Zilda de Castro Silveira. Fazem parte da equipe os doutorandos em automação e metodologia de projeto, Alberto Lyra e Henrique Takashi, o engenheiro Artur Valadares e o aluno de iniciação científica, Pedro Murari.

Especialista em robótica, automação e desenvolvimento de projetos mecânicos, o Prof. Dr. Marcelo Becker ressalta a iniciativa da Casale em participar dessa ação, uma vez que parcerias entre empresas e universidades ainda são raras no país. “No Brasil, infelizmente, esse modelo ainda está engatinhando. Em países como os Estados Unidos, Alemanha e Japão isso já está bem estabelecido. Portanto, é importante que as empresas consigam internalizar o conhecimento, através de equipes de pesquisas e desenvolvimentos, para realizarem cada vez mais projetos inovadores e, consequentemente, agregar valor para as suas companhias”.

Para ter escala e produtividade, todas as atividades agrícolas devem passar pelo processo de mecanização, e agora é a vez da palma forrageira. Segundo Mario Casale, o desafio tecnológico é grande e, por isso, até hoje a máquina não existe apesar das tentativas de diversos empreendedores. “Estamos desenvolvendo tecnologias que precisarão passar por todo o processo habitual de prototipagem e validação, e por serem exclusivas, nos dificulta estimar com exatidão a data de disponibilidade do equipamento. Entretanto, estamos muito entusiasmados com o projeto, principalmente pelo grande potencial de ajudar a desenvolver uma região tão importante do nosso país”.

Investindo no desenvolvimento do Nordeste

De acordo com o Gerente de Engenharia de Produto da Casale, Adriano Mendonça, o investimento no nordeste brasileiro faz parte da missão da empresa em buscar soluções inovadoras para uma pecuária sustentável. “Entendemos as dificuldades em desenvolver a pecuária na zona do semiárido, em que temos grande déficit hídrico, e isso sempre nos incomodou muito. Identificamos que com máquinas especializadas, a palma forrageira pode ser cultivada em larga escala em todo o período do ano, portanto, pode viabilizar o desenvolvimento e forte crescimento da atividade na região de maneira sustentável”.

Alberto Lyra, engenheiro agrícola e professor do Instituto Federal de São Paulo – Catanduva, participa do projeto através de sua pesquisa de doutorado e também celebra essa conquista. “Com o equipamento será possível uma transformação no cenário da pecuária do Nordeste. Ele irá reduzir os custos e promover ganhos, viabilizando a cultura em mais propriedades e em escala superior”, finaliza.

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Equipe de Redação

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