Há pouco mais de 1 ano foram sancionadas emendas que modificam o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), e dentro do projeto apresentado pelo presidente Jair Messias Bolsonaro.
Muitas medidas importantes foram tomadas, como a perda do direito a pena alternativa para motorista alcoolizado, infração gravíssima aos pais que insistem em manter as crianças de até 10 anos fora da cadeirinha, e o bloqueio de licenciamento para recall pendente. Inclusive, em alguns estados, já foi implementado o projeto de educação no trânsito Conhecendo o Detran, que pode educar ou reeducar boa parte da população.
Todas essas iniciativas são essenciais para inibir erros e salvar vidas. Mas a pergunta que o especialista em prevenção de acidentes de trânsito Daniel Schnaider faz é: “se eu te dissesse que existe uma tecnologia que ampliaria a segurança nas vias brasileiras exponencialmente?” Ainda, afirma: “é necessária uma lei que invista nesses recursos em vez de gastar com vítimas!”.
Brasil está em quarto lugar em relação às mortes por acidentes no trânsito
Muito além disso, mais importante do que os gastos do SUS, o Brasil está em quarto lugar em relação às mortes por acidentes no trânsito. Nas estatísticas de 2019, segundo o Portal do Trânsito e Mobilidade, foram mais de 30 mil mortes. Ainda, mostra que para cada óbito, 18 pessoas ficam inválidas. E mesmo em 2020, que os números em tese cairiam muito por conta da pandemia, foram 1 morte a cada 7 minutos.
Diante deste panorama, Schnaider, CEO da Pointer By PowerFleet Brasil, líder mundial em soluções de IoT para gestão de frotas e segurança no trânsito, explica como a tecnologia pode salvar vidas e também sobre a importância de os dispositivos instalados nos veículos serem regras e não exceções.
“A IoT (internet das coisas) é uma solução que combina serviços de geolocalização com câmeras, sensores e outros dispositivos conectados ao veículo. Uma vez instalada, é possível identificar e avaliar uma gama de informações em tempo real que garantem a segurança dos motoristas e demais pessoas no trânsito. Os principais pilares para evitar acidentes são mensurados como comportamento, estado das vias, sinalização e rotas.” – Schnaider
São tecnologias de fácil acesso, como as câmeras, por exemplo, que ao monitorar os condutores registram o que é necessário para uma viagem segura. Enquanto um dispositivo acoplado ao veículo fica virado em direção à pista para trazer análises sobre o seu comportamento, outra câmera está virada para o motorista de modo a assegurar que ele mantenha uma postura coerente e mais proativa diante dos riscos.
Essas câmeras são dotadas de uma inteligência artificial capaz de reconhecer padrões não desejados como ultrapassagem em faixa contínua, alta velocidade, direção com celular, não uso do cinto, falta de respeito ao pedestre e até mesmo distância segura do veículo da frente. Podem também identificar se o motorista está cansado demais ou mesmo se cochila, disparando alertas que podem salvar vidas.
Em questão de infraestrutura, problemas na sinalização do local, buracos, visibilidade, avisos de possíveis obstáculos, rotas precárias em dias de chuvas ou até mesmo desafiadoras são dados coletados a fim de que novas rotas possam ser calculadas e tragédias sejam evitadas.
E se caso um acidente acontecer, a tecnologia permite diminuir o tempo de resgate e otimizar as chances de sobrevida por meio de sensores que detectam colisões em qualquer tipo de veículo, do leve ao pesado, enviando um alerta imediatamente a ambulância mais próxima.