My Inova Day, evento que abriu a Semana Paraná Inovador, ficará disponível no YouTube da organizadora Assespro-PR.
Organizado pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro-PR), o My Inova Day reuniu durante um dia inteiro especialistas em dois fóruns, um voltado à Indústria 4.0 – que abordou temas como o uso da robótica e o futuro dos ativos industriais – e outro ao empreendedorismo (Talentos 4.0) – que falou sobre educação, negócios e trouxe experiências positivas do setor empresarial mundial.
Do ponto de vista empresarial, uma das conclusões dos palestrantes foi: quem apostou anteriormente no setor, hoje colhe bons frutos e sente menos o impacto trazido pela pandemia de Covid-19, por exemplo. “Quando o coronavírus chegou, já existia um tsunami silencioso chamado de transformação digital. Porém, tudo isso foi acelerado, tornando a tecnologia um ícone deste momento pós-pandêmico. Quem não tinha percebido, acabou percebendo que as organizações precisarão ainda mais da tecnologia para a tomada de decisões. A inteligência artificial já é realidade e deve predominar de tal maneira que a coleta automatizada de perfis, preferências, hábitos e processos vai conjugar a formatação de produtos e experiências”, disse o vice-presidente de Relações Internacionais da Federação Assespro, Robert Janssen.
Outra conclusão é que o Brasil precisa eliminar a burocracia no momento de abrir novos negócios para evoluir, já que isso dificulta o empreendedorismo no segmento da tecnologia. Apesar do país estar entre as dez nações mais empreendedoras do planeta (Approved Index), no relatório Doing Business 2019, do Banco Mundial, ele aparece na colocação 109 de um total de 190 países. “Falta vontade política”, comenta Janssen sobre a implantação de mais propostas de acesso.
Já no aspecto educação, a tecnologia foi apontada como fundamental na conexão entre mundo, mercado e educação. Sobre este elo, o ex-reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Zaki Sobrinho, disse durante sua participação no fórum Talentos 4.0 que o aluno precisa com urgência ser o protagonista do aprendizado. Ele defendeu modelos já testados e aprovados, como a sala invertida e a gamificação, além de se posicionar favorável à educação a distância. “Nós temos hoje um polo de educação a distância, mas é preciso aperfeiçoar tudo isso, não apenas em seus aspectos metodológicos, mas de uma maneira que possa ser aplicado de acordo com o perfil de cada estudante”, defende.
Ozires de Oliveira, coordenador do Atendimento 156, também contou sua experiência. O canal de comunicação entre a população e a Prefeitura de Curitiba realiza mais de cinco milhões de atendimentos anuais (dados 2020). “A tecnologia veio servir à comunidade – e não o contrário. A implantação da tecnologia na central não culminou em demissões: quem ficou “livre” do call center, por exemplo, teve oportunidade de se dedicar ao atendimento da demanda represada, fruto da burocracia do antigo cadastramento das solicitações, gerando qualidade e agilidade ao serviço prestado. Mas é preciso investir em educação e capacitação profissional, como ponto central de todo este processo”.
“Hoje, tudo é tecnologia! Não tem como não fazer marketing e nem ter o controle de um estoque, por exemplo, sem tecnologia. Para cobrar um cliente você tem que emitir uma nota fiscal eletrônica ou receber por um cartão de crédito. É um caminho sem volta”, avalia o presidente da Assespro-PR, Adriano Krzyuy.
O painel Talentos 4.0 contou, ainda, com a participação internacional de Michael Weissman, profissional da área de marketing de alta tecnologia e também atuante como liderança executiva com grandes empresas e startups especializadas em aceleração de novos negócios; Dave Mosby, um impulsionador na busca de capital e de recursos para o crescimento de negócios; e de João Santos, da Comissão Europeia. “Outra ideia do evento é essa troca de experiências com os principais programas adotados por ecossistemas mundiais competitivos a nível mundial”, complementa Krzyuy.