Por Cláudia Oliveira*
O debate em torno dos impactos da tecnologia sobre a realidade operacional das empresas costuma recair na Transformação Digital e seus mais diversos braços inovadores.
Não há como negar a relevância do assunto, na medida em que a tecnologia é parte crucial de empresas cada vez mais digitalizadas, com ganhos de eficiência e competitividade que mostram toda a relevância de se investir em inovação.
Mas como o assunto impacta no Comércio Exterior? Certamente, a importância é a mesma e, em alguns casos, até maior.
Afinal, dentro de um contexto de aprimoramento contínuo, é praticamente impossível acompanhar essa reformulação sem o suporte de soluções tecnológicas. No Brasil, por exemplo, a relação de empresas do setor com o Governo Federal se encontra em estágio dinâmico de modernização.
Simplificação é tendência no Comércio Exterior
Por muito tempo, companhias que lidam com processos aduaneiros enfrentaram situações adversas, devido a inúmeros entraves operacionais, desperdício de tempo hábil, excesso de burocracia, entre outros pontos que, historicamente, sempre dificultaram a vida dessas empresas.
Há alguns anos, as autoridades responsáveis e os próprios gestores têm se movimentado para que o quadro fosse amenizado, oferecendo novas oportunidades de se potencializar a eficiência e a competitividade dos processos. Agora, o cenário para as importadoras e exportadoras é de evolução.
Levando em consideração o âmbito governamental, iniciativas voltadas para ferramentas simplificadoras, que têm pautado a criação de programas interessantes para o ecossistema nacional, podem ser destacadas. Fato é que essas medidas continuarão a surgir, com formatos e atualizações que exigem uma estrutura consolidada no que diz respeito à tecnologia.
A simplificação do Comércio Exterior pode ser refletida em mudanças específicas. A ideia central é, sem dúvidas, facilitar a vida dos que compõem um dos polos econômicos mais importantes em nosso país. Algumas tendências:
- Dados concedidos em um canal unificado;
- Comunicação direta e transparente;
- Programas digitais que proporcionem mais agilidade à rotina dos procedimentos, liberando os profissionais para atividades de cunho estratégico.
Sobre a discussão acerca da transformação digital do Comex brasileiro, é preponderante partirmos do princípio que rege ações com a finalidade de simplificar etapas e trazer ganhos produtivos indispensáveis para companhias inseridas na modernização do setor.
Uso dos dados e o Compliance no Comércio Exterior
Atualmente, os dados são objetos que protagonizam a procura por soluções de automação por parte das empresas.
Seguindo essa tendência que se justifica na prática, a Lei Geral de Proteção de Dados teve sua vigência aplicada, demandando garantias de que os dados sejam tratados sob preceitos de transparência, privacidade e consentimento. Isso também se aplica a exportadoras e importadoras.
Logo, a implementação de novas tecnologias, especialmente no que tange o fluxo informacional, faz com que lideranças corporativas encontrem na automatização de processos uma ótima possibilidade estratégica, de readequar colaboradores e depositar as informações disponíveis em um ambiente seguro e funcional, com agilidade para acompanhar o dinamismo do mercado.
Essa solução é uma realidade inadiável e, para se ter uma ideia, de acordo com uma projeção do Gartner, 90% das grandes empresas no mundo todo poderão adotar a automação de processos robóticos de alguma forma até 2022.
Para empresas que lidam com o dia a dia do Comércio Exterior, não é novidade se deparar com um quadro caótico de informações repassadas, mesmo em frente à simplificação proposta pelo Governo Federal.
Ainda é comum observar diversas fontes de dados, assim como inúmeros destinatários, condições problemáticas que travam processos e, consequentemente, diminuem a competitividade.
Quanto ao Compliance, os motivos para se abraçar a tecnologia no âmbito interno são numerosos. Não é concebível estabelecer um parâmetro positivo de eficiência processual se essas operações não estão resguardadas legalmente, respeitando questões sensíveis, como a integridade dos dados citada acima.
Um sistema automatizado serve como ponto de partida ideal para que mudanças legais e tributárias sejam contempladas, o que também contribui para um planejamento tributário muito mais efetivo e próximo à realidade.
Anualmente, modificações relacionadas a prazos, datas, entre outras informações fiscais são realizadas junto aos órgãos responsáveis. No intuito de se manter em harmonia com a legislação vigente, a presença digital é determinante.
A Transformação Digital como grande aliada
Por mais que o caminho rumo à Transformação Digital seja bastante amplo e complexo, o objetivo final é parecido entre o meio empresarial: atingir níveis elevados de competitividade, de maneira escalável e que não provoque gastos exorbitantes.
Claro, toda e qualquer análise relacionada à adesão sobre tecnologias inovadoras deve considerar particularidades corporativas. Nenhuma empresa é similar à outra, e isso não pode ser encarado como algo negativo.
O elemento da inovação, além de positivo, também é diversificado, a fim de corresponder organizações de todos os tamanhos e segmentos.
Em suma, dizer que a Transformação Digital tem reformulado o Comércio Exterior é ter como parâmetro um fato comprovado frequentemente no cotidiano empresarial. Mais do que isso, um sinal claro de que os tempos mudaram; e o Comex não poderia ficar de fora desse fenômeno global.
*Cláudia Oliveira é COO da eCOMEX NSI, com MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas e MIT em Gestão de Tecnologia da Informação pela FIAP.
Sobre a eCOMEX
Fundada em 1986, a NSI, agora eCOMEX, desenvolve aplicativos para otimização da gestão de processos de comércio exterior.
Primeira empresa no Brasil a integrar seus aplicativos aos principais sistemas ERPs do mercado e a disponibilizar uma aplicação 100% WEB para gestão do comércio exterior.
A companhia é integrante do Grupo Cassis, que conta com mais de 250 colaboradores e 3 mil clientes em todo o Brasil.