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Por Evandro Martins*

O maior desafio para a agricultura nas próximas décadas será o de satisfazer a crescente demanda mundial de alimentos de forma sustentável. Portanto, há necessidade de se produzir mais para alimentar a população. A fim de alcançar esta tarefa árdua, existem duas opções entre nós.

A primeira é aumentar a quantidade de terra cultivada e a segunda é elevar a produção por unidade de área, adotando o cultivo intensivo. Sabemos que crescer a área cultivada é limitado, por conseguinte, deve ser dada maior atenção à segunda opção por meio da utilização exaustiva dos fatores de produção agrícola.

Baixa fertilidade do solo

A baixa fertilidade do solo e o manejo inadequado dos nutrientes das plantas agravam ainda mais o problema. Grandes aumentos de produtividade não podem ser alcançados sem garantir que as plantas tenham nutrição adequada e equilibrada.

Os solos são a reserva da maioria dos nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento da lavoura e a forma como estes são geridos terá um grande impacto no crescimento das plantas, na fertilidade de solos e na sustentabilidade agrícola.

O crescimento da planta é considerado o resultado de um processo complexo pelo qual ela sintetiza alimentos usando energia solar, dióxido de carbono, água e nutrientes do solo. Isso exige uma série de elementos para um desenvolvimento normal. Nisso, a tecnologia tem tido um papel importante. Segundo pesquisa de Waldimir Pirró e Longo de 1984, a “tecnologia é o conjunto de conhecimentos científicos ou empíricos empregados na produção e comercialização de bens e serviços”.

A intervenção de máquinas e hoje da tecnologia digital, tornaram os processos mais rápidos e mais assertivos, minimizando erros, melhorando a qualidade de produtos e facilitando processos.

Na agricultura não foi diferente, o primeiro intuito foi facilitar a vida do homem do campo, posteriormente aumentar a produtividade, e por último a agricultura digital chamada Agricultura 4.0. Com isso o conceito de agricultura de precisão está se reformulando através de sistemas automatizados, facilitando o processo do homem no campo.

Nova agricultura

A nova agricultura não é somente aumentar a produtividade, mas a integração de melhores condições com redução de produtos aplicados a fim de otimizar a produção num âmbito sustentável. O manejo adequado do solo, a aplicação correta de insumos e principalmente a tecnologia, tem fundamentado esse crescimento.

Parte importante disso é a mecanização, que conforme estudos dos autores Alves, Souza e Gomes de 2013, a mecanização aplica-se à automação, com destaque no plantio a qual agrega informações e moderniza operações no ciclo de agricultura de precisão.

As máquinas que fazem a aplicação são a semeadora e a plantadora, a diferença entre os implementos é basicamente que uma realiza a semeadura, operação que introduz no solo sementes de plantas, e a outra o plantio, operação que introduz no solo partes vegetais de plantas.

Falando nisso, a semente sempre foi a maior preocupação para os agricultores. Não se priorizava a deposição do fertilizante, porém hoje, com os custos de produção na ponta do lápis, o produtor notou que o fertilizante está cada vez mais caro e tendo uma margem maior no custo de produção total.

A pressão nesses custos e a busca por uma maior produtividade leva-os a adotarem ferramentas de trabalho que os auxiliem a ter maior rentabilidade em suas lavouras. A agricultura de precisão surge como uma das soluções para tornar mais eficiente o manejo no campo.

Normalmente, isso se inicia com o mapeamento georreferenciado da fertilidade da área e depois é possível mapear muitas outras informações como os mapas de rendimento da colheita, a compactação, imagens aéreas e de satélite ou usar sensores que identificam parâmetros direto na lavoura. As informações colhidas se somam e permitem um conhecimento detalhado da área.

Os resultados aparecem com os ajustes graduais do manejo para tirar o melhor proveito das características da área e a gestão deixa de ser apenas baseada na experiência do produtor e sua equipe e passa a ser feita com números e dados. Essas técnicas podem contribuir para o aumento de produtividade ao identificar gargalos e possibilitar redução de custos. É um objetivo sustentável, que pode ser alcançado, mantendo o nível de investimento sob controle e medido através das decisões baseadas em números.

*Presidente da FertiSystem Group e presidente diretor executivo do Parque Tecnológico do agro – Tecnoagro

Redação
Equipe de Redação

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